sexta-feira, 13 de novembro de 2009

MASTRUZ COM LEITE SEM SENTIDO

Uma brincadeira corriqueira diz que uma criança cearense ao nascer ao invés de chorar conta uma piada. Isso porque o estado é o maior celeiro de humoristas do país, digam-se os melhores.



O que isso tem haver com o forró e com o Mastruz com Leite? Talvez tudo, porque há alguns anos o Mastruz deixou de ser aquela banda majestosa, impactante para ser uma mera contadora de piadas.



Após a saída do vocalista França começou sua desconfiguração, foi ai que fãs e admiradores passaram a entender que uma marca sobrevive, porém o gostar nem tanto.



Enquanto surgia bandas com cenários, tecnologias de iluminação, som e balairinos, a banda cearense insistia em não acompanhar o que a modernidade estava apresentando, e vejam que ela foi a grande propulsora da modernidade do forró. Contudo, parou no tempo e viu outras bandas ocuparem o posto forrozeiro com shows espetaculares conquistando multidões principalmente com shows visuais.



O império do Mastruz não foi mais o mesmo, e logo passou a nos empurrar ouvido a dentro músicas horrorosas. Como não lembrar de: Ela Me Traiu usando o resto das camisinhas, A loira e a morena, Namoro na internet e muitas outras que não tinha nenhuma identidade com a banda.



Os ditos cantores, Alberto River (esse poderia até fazer um trocadilho, de river com horiver), Lalá, João Filho, Herbert e Nunes, deram o tom das piadas sem graça que o Mastruz contou nos últimos anos. Músicos, repertório, tudo diferente.



Em São Paulo onde a banda reinou por muito tempo como a melhor passou dois anos sem se apresentar, deixando órfãos seus fãs e refém de bandas menos expressivas, suas músicas viraram raridade ouvir nas poucas emissoras que tocam forró e segue assim até hoje.



Para os fãs do verdadeiro Mastruz com Leite, aquele do grande sucesso de França, Kátia, Bete, Aduílio, a punhalada final veio recentemente com o desligamento de Bete Nascimento que foi a última a apagar a luz e deixar o mastruz com uma linda história, mas no momento totalmente no escuro.



Não é de admirar que muitos gostaram da volta do grande sanfoneiro-cantor Neto, que presenteia muitos com canções antológicas como: Meu cenário, Onde canta o sabiá, Saga de um vaqueiro. Porém logo tira o gostoso de ouvir ao interpretar: Bomba no cabaré, CrediPuta e menino Cagado.



O Mastruz com Leite tem a mais bela história do forró pra ser contata, não pode ser apagada assim com tanta falta de identidade. Apesar de tudo é certo que muitos como eu jamais vai deixar de gostar dessa que emocionou e mudou o forró para sempre.



CLAUDÊ LOPES - Tel.: (11) 9416.9105

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